"Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, se não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine."
(I Coríntios 13.1)


quinta-feira, 29 de julho de 2010

Um Livre Coração

Ele não mede consequências. Não é racional. Não aprende com erros anteriores. Não obedece. Não pode ser dominado. Não gosta de se sentir aprisionado.
É livre e de tão livre se acorrenta aos seus impulsos.
Ilude-se facilmente. Basta um sorriso para ficar todo bobo.
Algumas poucas palavras o convencem daquilo que quer acreditar.
As tantas trocas de olhares, talvez insignificantes para o outro, o fazem crer que é correspondido.
Ele sonha todos os dias, todas as noites, todo minuto. Se engana a cada simples gesto.
É uma criança ingênua, que por mais avisada que seja, insiste em acreditar naquilo que deseja.
Agarra-se ao fio de esperança cada vez mais fino, insistindo no que parece cada dia mais difícil.
Quer desesperadamente expor tudo o que sente, mas teme a rejeição. Apavora-se ao imaginar que pode ser desprezado e virar motivo de gozação.
Se pudesse demonstrar o quanto está envolvido...
Se tivesse pelo menos um sinal de que também é correspondido...
Se sentisse que a única coisa que falta é a oportunidade, o momento certo...
Ah! Ele é livre e por ser livre tem o direito de sentir e deixar de sentir.
Apaixonar-se e magoar-se. Machucar-se e curar a ferida.
Sonhar, desejar e acreditar.
Ele é livre e por ser livre continua preso ao querer amar e encontrar o seu par.

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