"Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, se não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine."
(I Coríntios 13.1)


sábado, 24 de abril de 2010

Foi Simples Assim

Aquele dia não sai da minha cabeça.
Passam meses e ainda sinto a sua mão me segurando com força. Fiquei imóvel, a respiração parou e as bochechas queimaram. Naquele momento pensei que me beijaria. Daquele dia em diante desejaria ardentemente que a cena se repetisse. Foi ali que vi que estava presa.
Precisei de alguns minutos para voltar e seguir meu caminho. Você me tirou do chão. Podia sentir seus lábios tocando meu rosto e sua mão me segurando. Aquela atitude simples e sem intenção alguma despertou em mim algo que não consigo explicar.
Não sei se ainda não percebeu ou simplesmente faz de conta que não é com você.
Fico sem ação ao seu lado. Quero chamar sua atenção e me embaraço completamente quando consigo. Quero te ver e mesmo que isso seja pouco, tenho uma sensação de alívio quando está chegando.
Ainda se sente só, eu sei. Ah! Se você deixar posso acabar com isso. Saio correndo agora só para ficar com você. Estarei sempre pronta para te puxar para mais perto.
Gosta de estar sob o controle não é? Talvez não esteja, assim como eu não estou. Algo mais forte do que nós dois está comandando agora.
Não troco isso por nada, nem por ninguém. Quero você. Aqui estou sonhando mais uma vez. Só precisava saber se também quer.
Enquanto você não vem, fecho os olhos e revejo a cena. Em câmera lenta assisto a maneira como me ganhou, me tocando e me tirando o ar.

É Tempo de Escolhas

Hoje acordei com mais preguiça que o normal. Chegando ao trabalho notei como estava entediada e logo pensei o quanto as horas demorariam para passar. Diferente dos outros dias da semana não fiz gracinhas, poupei as brincadeiras e economizei palavras. Completamente sem paciência evitava dar qualquer resposta com o único intuito de não ser grosseira. Mesmo assim ouvi a pergunta: Está triste hoje Ri?
Não, apenas concentrada. Tenho muitas coisas a fazer.
Este é de fato um problema. Não consigo esconder o que sinto. Os que convivem um pouco mais comigo, logo percebem que há algo errado. A loira palhaça do escritório, que enche a paciência de todos e adora arrancar um sorriso do rosto alheio, quieta demais é sinal de algo não está legal.
Na verdade não estava mesmo. Não está. Mas posso mudar isso, afinal, tenho o direito de escolher como quero ficar daqui para frente. Ainda tenho tempo de fazer alguma coisa.
Tempo. Há quanto tempo tenho esperado uma atitude? Quanto tempo não passei tentando mostrar o quanto é especial para mim? Tenho me perguntado se valeu a pena ou se apenas perdi meu tempo? Mesmo assim não me arrependo. Sei lá por qual motivo acredito em você e acreditei num nós que nunca existiu, e que agora parece estar ainda mais longe de existir.
A escolha não é só minha. Fiz minha parte, mas isso não foi o bastante para te convencer. Na verdade não escolhi te convencer, queria te conquistar, mas não resolveu.
Assim como eu, você é livre para fazer suas escolhas e tem deixado todas muito claras. Eu só não estava querendo enxergar. Como tantas outras vezes, esta é mais uma noite em que escolheu outra companhia. Espero que ela te complete de verdade. Espero que acorde bem amanhã, sem arrependimentos ou frustrações.
Não tenho mais tempo para te esperar. O tempo passa rápido demais. Não quero abrir os olhos amanhã e ver que deixei alguém que me valorizava passar só porque dedicava todo o meu tempo esperando você.
Lembrei muito dele hoje. Tantas vezes tentou se aproximar, procurou os mesmos lugares em que eu estava e fazia de tudo para chamar minha atenção. O que eu fiz? Fugi e nunca parei para conversar. Nunca lhe dei a chance de me mostrar quem era. Quanto tempo passou e ainda vejo me procurar. De maneira delicada me mostra que só depende de mim. Talvez ele me mostre que é bem melhor do que imaginava. Talvez me conquiste e me ensine o que é o amor de verdade.
Não consigo beijar uma pessoa sem que desperte algo em mim. Queria somente sua boca, mas hoje vejo que nem sequer nota minha presença. Talvez nunca tenha me visto como mulher.
Por que não deixá-lo pelo menos se aproximar? Para que continuar me esquivando sem nem conhecê-lo? Quanto tempo ainda esperaria sua entrada na minha vida?
Chega de sonhar! Chega de sonhar com você. Não pense que desisti. Só não quero mais "dar murros em ponta de faca". Tenho tanto medo de me envolver, me machucar ou machucar alguém que nem me permito ser levada por momentos que podem ser únicos.
Você escolhe a vida que quer levar. Eu escolho ter ao meu lado alguém que me quer de verdade. Não escolhi gostar de você, mesmo assim gosto, muito!
Só quero deixar claro que estou saindo da sua vida por uma escolha sua. Ainda tenho tempo de entrar na vida de alguém que está disposto a sonhar comigo e construir uma realidade mútua.

sábado, 17 de abril de 2010

Um Sinal

Um sinal. Só um sinal. Uma pequena dica. Algo sutil. Não precisa ser nada muito às claras, basta que eu entenda.
Essa dúvida me tortura. Demoro tanto para admitir que estou envolvida. Sempre tive tanto medo de mergulhar e bater a cabeça. Agora que sinto novamente um frio aqui na barriga, me deparo com esse ponto de interrogação.
Há tanto tempo não sentia isso que tenho até medo agora. Tenho pensado muito em você. Nunca imaginei que fosse possível. As horas demoram uma eternidade quando estamos longe. Quero te ver, mas quero mais que isso também. Não me pergunte o que está acontecendo que nem eu mesma entendo. Preciso de um tempo só. Só eu e você.
As coisas poderiam ser mais simples. Não são, e a culpa é apenas nossa. Complicamos sei lá por qual motivo, simplesmente tornamos tudo mais complexo.
A única coisa que tenho certeza hoje é que você mexeu de verdade comigo. É ridículo, mas perdi o foco, tenho agido como uma adolescente diante de você. Mas não se preocupe, vou dar um jeito nisso. Não quero mais chorar sozinha. Chega de comemorar minhas vitórias com sua ausência. Se não quer, me mostre isso também. Ao mesmo tempo em que parece desejar tanto quanto eu, faz questão de me ignorar e fingir que pouco importo para você. Ah, se soubesse como te gosto!
Não sei o que se passa aí, mas sei como estou aqui. Sei que hoje estou sentindo sua falta, mesmo sem nunca ter provado de fato sua companhia, mas o pouco de nós que compartilhamos me faz te querer cada dia mais.
Se me desse esse sinal, esperaria todo o tempo necessário. Ficaria aqui, só aguardando a hora de me lançar nos teus braços. Aproveitaria cada segundo dessa nossa paquera infantil. Por enquanto, os sinais têm apenas me confundido. Seus olhos me dizem sim, mas seu desdém me afasta. Sou paciente, mas não estou disposta a curtir isso sozinha. Me dei um prazo e vou seguir minha vida. Olhar ao redor e tentar enxergar além da sua sombra. Ela é única coisa que tenho agora.

A Nossa Utopia

Maduros! Como somos maduros! Respondemos prontamente tudo o que nos perguntam e quando nos sentimos investigados já preparamos a réplica. Falamos de diversos assuntos e demonstramos muita firmeza ao defender nosso ponto de vista. Quem olha, até acredita que não nos abalamos com essas coisas e parece que nada poderá nos estremecer.
Que tolice! Quem estamos tentando enganar? Somos frágeis. Por dentro dessa carcaça, mora uma criança imatura, que se sente completamente acuada diante dos primeiros sintomas.
É sempre assim. Falamos sobre ele, opinamos quando está relacionado aos nossos amigos, mas ao primeiro sinal de que está tentando entrar em nossas vidas... pronto, já damos um jeito de negar, disfarçar, fugir. Isso mesmo, essa é a palavra. É só ele chegar perto que pensamos na fuga. Como se fôssemos capazes de nos esconder de nós mesmos. Tentamos fugir dele e de nós, quando a única coisa que de fato queremos é grudar um no outro.
É engraçado como temos medo cometer os mesmos erros. Sabemos como machuca uma decepção e o quanto demora para curar algumas feridas. Assim, fazemos de tudo para evitar qualquer envolvimento e seguimos trancados em nosso mundinho, como se lá estivéssemos verdadeiramente protegidos. Será que estamos?
É isso mesmo. Por mais que tenhamos nos preparado, nunca estamos prontos. Esperamos para agir na hora certa, mas quem sabe qual é o relógio que devemos consultar? Fingimos estar bem sozinhos, mas só nós sabemos a falta que faz um carinho. Mesmo assim, preferimos esconder a verdade ou manter a nossa verdade, aquela que queremos que seja nossa.
Os dias passam e aqui permanecemos, aparentemente, imunes a esse sentimento que sequer tentamos experimentar. Seguimos com a chave nas mãos, preparados para trancar a porta cada vez que o coração disparar e assim voltar ao nosso mundo, onde mais uma vez vamos adormecer e sonhar com aquilo que mais desejamos.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Na Plataforma

O dia hoje foi lindo. O sol brilhou desde cedo e a temperatura permaneceu agradável até o começo da noite.
Estou no metrô e desta vez fui obrigada a dispensar a companhia do fone de ouvido. A bateria do celular está acabando e não posso ficar incomunicável. É, não havia pensado nisso antes, será que estou virando nomofóbica? Bom, não vou tentar descobrir isso agora.
Estou com sono, mas no lugar em que sentei não arrisco tirar um cochilo. Ficaria com a cabeça pendurada e balançando de um lado para o outro feito uma idiota.
Que falta sinto das minhas músicas. Ficar aqui, parando de estação em estação até chegar na terminal, sem fazer nada, é um tédio. Os trinta minutos parecem se multiplicar. Que horror!
O que fazer então?
Existem duas coisas que me fazem muito bem: cantar e escrever. Cantar aqui pode não ser uma boa ideia. Corro o risco de ser tirada do vagão à força e ainda ir parar num manicômio.
É, parece que o jeito é escrever ou, pelo menos, tentar.
Desde ontem sinto vontade de escrever, mas parece que não estou conseguindo juntar os pensamentos. Isso é péssimo! Deprimente.
Sobre o que poderia escrever? São tantas coisas que quero falar. Mais que isso, muitas preciso falar. A maioria não convem.
Podia falar dele. Têm várias coisas que poderia mencionar, afinal, ele é mesmo uma incógnita. Melhor manter o silêncio, pelo menos por enquanto.
Olha só, estou na penúltima estação. Vou parar por aqui. Falei tanto e não disse absolutamente nada. Embora isso fuja do meu controle, pois, a magia das palavras é exatamente essa, posso ter dito coisas muito importantes. Vai depender de quem ler.
Desembarco na próxima estação. Vou sair e olhar a lua. Adoro a lua. Deve estar esplêndida hoje. Quem sabe ela não me trará novidades esta noite?

sábado, 10 de abril de 2010

Só Nós

A chuva está fina. Daqui posso ouvir a água que escorre pelo vão entre a parede e a janela do meu quarto. Mesmo com tudo fechado o frio teima em entrar, congelando as pontas dos meus dedos. Meu cabelo ainda está molhado e as maçãs do rosto continuam avermelhadas em consequência do vento de poucos minutos atrás.
Tranco a porta e me permito esquecer todas as coisas que tenho pensado ultimamente, menos uma. Essa não consigo e, para falar a verdade, não quero esquecer. É isso mesmo, deixo do lado de fora o medo, inclusive aquele que me oprimia só de imaginar você ou sua falta. Quero sonhar com você. Te sentir bem perto de mim. Ouvir tua voz sussurrando ao meu ouvido palavras que ninguém poderá substituir, coisas nossas e de mais ninguém.
Já conseguiu perceber que nada pode ocupar o meu lugar? Ainda não? Não tem problema. Eu também demorei para notar que esse espaço aqui dentro é só teu. Agora que já sei, não vou mais me angustiar.
Não, não quero saber onde está agora. Talvez eu saiba. Ou não. Não sei. Não quero saber. Não tem importância. Sei que no fundo me queria aí com você, assim como eu te queria agora aqui comigo. Está sentindo minha falta como sinto a tua.
A noite não está bonita, mas poderia ficar se estivéssemos juntos. Vendo um filme, ouvindo uma música ou apenas te namorando. Não faz mal, eu sei esperar. Devo esperar. É melhor assim. Vai ser ainda melhor depois. Quando sentir suas mãos acompanhando cada detalhe do meu rosto, quando ver teus olhos me estudando, quando teus lábios tocarem os meus, quando não pudermos mais separar teu cheiro do meu... aí sim saberei que estamos prontos e nada mais poderá nos deter.
E vai ser assim, não haverá mais o você nem o eu, apenas o nós. Eu em você e você em mim.
A pressa passou. O medo não me controla mais. Quero muito ter você, mas não precisa mais ser agora. Será na hora certa. Decidi aproveitar cada segundo dessa espera pelo nós e aprender com ela. Assim, quando o nós não puder mais esperar estarei aqui só pra você.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

O Medo

Mas que droga! Eu não estou acreditando nisso. Como posso ser tão idiota? Não consigo enxergar as coisas que estão bem diante do meu nariz.
Estava comentando que as mudanças que aconteceram na minha vida nos últimos tempos foram boas, mas não, não foram. De que me adiantou lutar tanto para agora me deparar com essa confusão dentro de mim?
Disse que não iria mais chorar e olha só, aqui estou agora feito uma criança boba chorando por alguém que nem sei direito o que pensa da vida.
Detesto assumir carência. Odeio reconhecer que estou balançada por alguém. Deve ser o medo de outra vez me machucar. O maldito medo!
Queria muito ser diferente. Enfrentar minhas inseguranças e me lançar nesse sentimento que me tortura agora. Mas se faço isso, como fico depois? Posso sofrer muito mais. Já estou sofrendo.
Estou cansada de esperar. Estou exausta de sonhar com o momento em que verei você se entregando de coração, me roubando um beijo ou apenas me mostrando que quer tanto quanto eu.
Até quando vou me iludir? Quantas vezes se preocupou comigo? Quantas vezes me ouviu quando precisei? Quantas vezes pude sentir que tinha você ao meu lado?
Chega de criar expectativas. Na verdade não existe possibilidade de sua parte, apenas eu imaginei coisas e confundi tudo. Não vou mais acreditar nesse sonho imbecil. De que me adianta continuar?
Estou precisando de um choque de realidade. Enxergar as coisas como de fato são. Não vou mais querer só. Desisto de tentar entender. Quem sabe assim, dou uma chance a mim mesma.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Apenas saudade

O dia amanheceu tão frio quanto a noite de ontem. Esse clima de inverno em pleno outono, me deixa estranha. Essa manhã não me traria apenas o vento de mais um dia gelado, mas seria o cenário para que a dor da saudade viesse ainda com mais intensidade.
Hoje completa quatro anos que foi embora. Quatro longos e vazios anos. Sinto tanta falta do sorriso, dos sustos que levavá cada dez em que a surpreendia com um abraço, das gargalhadas pelas histórias malucas que contava... Sinto muita, mas muita saudade. Dessa vez parece que veio pra machucar de verdade.
Cresci em sua companhia, ouvindo suas experiências e aprendendo a cada novo dia. Foi com ela que entendi que vale à pena lutar pelo que se quer. Foi ela que me mostrou que nada é impossível.
Por muitos anos me senti muito excluída. Nunca ouvia um "eu também" depois de dizer "eu te amo". Raramente, recebia um abraço se não fosse buscar por conta própria. Nunca pensei que eu representasse alguma coisa. Até um dia me sentar ao seu lado no sofá e ouvir, exatamente com essas palavras: "Minha filha, escute o que eu te a dizer. Você vai ser muito, mas muito feliz. Você ainda vai rir de todas as dificuldades que enfrentou e vai fazer muita gente feliz. E tudo isso, só por merecimento. Você é linda, é esforçada, guerreira e ninguém vai te impedir de chegar onde só você deve chegar. A vovó nunca falou muito com você, mas sempre te amou e admirou demais.". Um abraço longo e demorado encerrou a cena.
Depois que nos afastamos pela primeira vez, ela me ligou e disse por telefone que me amava. Quando voltei às pressas, parecia que estava apenas me esperando. Foram vinte e quatro horas ao seu lado, até partir definitivamente.
Depois disso muitas pessoas me contaram que ela dizia que nunca se preocupou comigo, pois, sabia que eu tinha a cabeça no lugar e que eu não desistiria dos meus ideais. Outros precisavam mais dela do que eu. Eu era um motivo de orgulho.
O que ela não sabia é que eu precisava ouvir isso tudo da boca dela e que mesmo parecendo tão forte, algumas vezes me sentia tão fraca e só o que eu queria era um abraço.
Algumas vezes, na maioria, não basta saber que somos queridos, é preciso ouvir isso.
Para falar a verdade, nem eu sabia que a amava tanto. No fundo, havia um medo de amar e me sentir rejeitada. Já estava cansada disso.
Hoje chorei e ainda estou com vontade de chorar. O fato de saber que não voltarei a vê-la me causa uma dor terrível.
Queria mesmo é ter certeza que ela sabia do meu amor.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Só posso querer

Por mais que eu tenha tentado me manter superior a tudo isso, não consegui. Neste exato momento me sinto fraca, pequena e sozinha. Sabe quando parece estar completamente incapaz? Estou triste. Tenho vontade de chorar. Quer saber? Vou chorar. Quantas vezes não chorei e ninguém soube?
Queria muito saber que posso contar com você. Queria apertar sua mão agora. Queria encostar minha cabeça no teu colo e me sentir protegida. Queria olhar nos teus olhos e sentir que terei o teu olhar me cuidando todos os dias.
Queria, mas só posso querer.
Me pergunto, onde está você? Onde está o teu abraço que tanto preciso?
Olho ao redor tentando te ver, mas só enxergo o vazio deixado por tua ausência e o que sinto aqui dentro...
Não posso me queixar. Estou me convencendo de que você é apenas um personagem criado por um coração apaixonado. Você, sinceramente, não existe. Não está aqui. Se existisse deveria mostrar que mesmo longe está bem perto de mim. Mas não, não está e não faz a menor questão disso.
Foi mais um dia em precisei de você e sequer suspeitou. Não imagina a falta que me fez.
Parece que não aprendo mesmo. Sonhei tanto com você e ainda sonho, o problema é que vivo num mundo real demais. Amo demais sem nem ao menos saber quem é você. Isso mais parece loucura.
Queria você hoje. Queria você agora. Mas fazer o que se só posso querer? O ter depende de você.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Decepção

Não. A culpa não é sua. Na verdade a decepção não é provocada por ninguém, só por mim.
Você não prometeu nada, sequer disse algo que indicasse um envolvimento além do que já existe. Na realidade uma decepção nada mais é do que ilusões. Coisas que alguém espera de outra pessoa. Eu criei expectativas. Eu esperei uma atitude sua e a única que precisa agir aqui sou eu. Preciso parar de te olhar e imaginar como seria estar ao seu lado ocupando um lugar especial. Você não é obrigado a ser o que espero. Não é obrigado a nutrir o mesma coisa que eu.
O que sinto agora não é novidade, já senti antes e por mais que eu tentasse evitar, não pude. Outras vezes precisei lidar com isso e consegui. O meu coração está sufocado, como se algo o pressionasse reprimindo as batidas. É a sua ausência que oprime este sentimento que lutei tanto para impedir, mas não consegui.
Não sei o que me chamou a atenção. Não compreendo como consegue fazer isso. Chegou de repente e foi ganhando espaço. Conquistou um lugar e agora o que fica é esse vazio.
O momento em que te tenho mais perto é quando resolve perturbar meu sono. Aparece e diz exatamente o que quero ouvir. Outras apenas me olha e sorri, aquele sorriso que me deixa boba. Parece até de propósito. Deve ser de propósito. Depois se vai como normalmente acontece em nossos encontros acordada. Apenas vem e vai. Agora permanece a sua falta.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Uma Grande Mentira!

Queria você agora. Não posso esperar. Não quero mais esperar.
Quero sentir sua respiração. Quero te tocar. Quero o teu gosto na minha boca.
Não preciso dizer mais nada. Basta olhar nos meus olhos para ver o teu reflexo.
Quero você e sei que me quer também. Sinto isso. Não pode ser mais um engano. Dessa vez é diferente. Não?
Podemos negar, disfarçar, mas o nosso corpo, o nosso coração, nada sustenta a nossa farsa.
Fugimos dos olhares, evitamos nos tocar, mas ninguém é capaz de parar o que já está previsto.
Olho para você e me vejo em cada gesto. Estou longe e quero estar perto.
Ah! Para que perder tanto tempo enganando a nós mesmos?
Beija outra boca procurando o meu sabor. Se deixa abraçar querendo apenas os meus braços.
Tudo parece natural enquanto há distância entre nós, mas quando nossos olhos se cruzam todos os esforços são vãos. Algo dentro de nós parece gritar por liberdade.
Não sei onde está agora. Não sei quem te faz companhia. Só sei que eu sou a mais presente neste momento.
Podemos mudar o rumo disso hoje ou manter a mesma mentira que tem sido nossa principal espectadora.
Mentiras e mais mentiras. Quem está mentindo? Você? Nós? Ou apenas meu coração para mim mesma?
Quantas vezes mais vou permitir a mentira até te encontrar?