"Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, se não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine."
(I Coríntios 13.1)


sábado, 17 de abril de 2010

A Nossa Utopia

Maduros! Como somos maduros! Respondemos prontamente tudo o que nos perguntam e quando nos sentimos investigados já preparamos a réplica. Falamos de diversos assuntos e demonstramos muita firmeza ao defender nosso ponto de vista. Quem olha, até acredita que não nos abalamos com essas coisas e parece que nada poderá nos estremecer.
Que tolice! Quem estamos tentando enganar? Somos frágeis. Por dentro dessa carcaça, mora uma criança imatura, que se sente completamente acuada diante dos primeiros sintomas.
É sempre assim. Falamos sobre ele, opinamos quando está relacionado aos nossos amigos, mas ao primeiro sinal de que está tentando entrar em nossas vidas... pronto, já damos um jeito de negar, disfarçar, fugir. Isso mesmo, essa é a palavra. É só ele chegar perto que pensamos na fuga. Como se fôssemos capazes de nos esconder de nós mesmos. Tentamos fugir dele e de nós, quando a única coisa que de fato queremos é grudar um no outro.
É engraçado como temos medo cometer os mesmos erros. Sabemos como machuca uma decepção e o quanto demora para curar algumas feridas. Assim, fazemos de tudo para evitar qualquer envolvimento e seguimos trancados em nosso mundinho, como se lá estivéssemos verdadeiramente protegidos. Será que estamos?
É isso mesmo. Por mais que tenhamos nos preparado, nunca estamos prontos. Esperamos para agir na hora certa, mas quem sabe qual é o relógio que devemos consultar? Fingimos estar bem sozinhos, mas só nós sabemos a falta que faz um carinho. Mesmo assim, preferimos esconder a verdade ou manter a nossa verdade, aquela que queremos que seja nossa.
Os dias passam e aqui permanecemos, aparentemente, imunes a esse sentimento que sequer tentamos experimentar. Seguimos com a chave nas mãos, preparados para trancar a porta cada vez que o coração disparar e assim voltar ao nosso mundo, onde mais uma vez vamos adormecer e sonhar com aquilo que mais desejamos.

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