"Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, se não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine."
(I Coríntios 13.1)


terça-feira, 27 de março de 2012

LUTO

Hoje não há lugar para poesia.
As cores que outrora simbolizaram a rivalidade das equipes está manhada.
O dia é de luto e palavra alguma reconstruirá o que um dia fomos.
Páginas em branco nunca mais serão preenchidas.
A vida foi interrompida e o livro ficou incompleto.
Um menino. Apenas um menino.
Mais um menino que foi roubado das nossas ruas, da nossa vida.
Um menino que teve a própria vida roubada.
A história se repete. Quantos outros se foram da mesma maneira estúpida?
Josés, Marcelos, Ricardos, Fábios, Felipes, Andrés, Guilhermes...
Filhos, irmãos, pais, primos, namorados, amigos, meninos...
Com um caminho de alegrias, caminharam para a morte.
Guardem as bandeiras. Calem os auto falantes, apaguem os holofotes.
O jogo acabou sem sequer começar.
Neste momento, não temos palmeirenses e corintianos.
Restaram apenas mortos e assassinos.
Famílias destruídas. Dor e incompreensão. Sangue e lágrimas.
Até quando? Quantos ainda serão enterrados?


(Um texto escrito para tentar, de alguma maneira, aliviar a dor da perda de um menino. Um menino que eu vi crescer e partir.)

Um comentário:

  1. Até quando houver pessoas como esse seu "menino", que são capazes tanto de matar e de morrer em vão, à toa.

    Com todo o respeito ao seu sentimento, mas pessoas como ele não farão falta alguma à sociedade. São bárbaros, ignorantes, sanguinários. Vão às ruas já ciente de seu destino, fazem por onde.

    A dor fica para os pais, os parente, os amigos. Pois se vivo estivesse, estaria comemorando a morte de alguém do outro lado ou planejando a próxima emboscada.

    Morreram dois, que morram dez, vinte. Que morram todos.

    ResponderExcluir