"Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, se não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine."
(I Coríntios 13.1)


sábado, 4 de setembro de 2010

Inspiração

Onde teria se escondido?
Há dias tento descobrir, mas a busca parece interminável.
Quanto mais me esforço, menos consigo. Isso é angustiante.
Já estava acostumada. Bastava um pedaço qualquer de papel e uma caneta.
Tudo o que sentia se materializava.
Meus medos, inseguranças, anseios, revoltas.
E agora, não consigo. É como se tivesse sido abandonada pela única coisa que ainda me pertencia.
Ela era minha e só minha. Ninguém podia tirá-la de mim. Pelo menos era o que eu pensava.
O carpinteiro precisa da madeira. O oleiro do barro. Eu da inspiração.
Todas as vezes em que não podia te ver, te tocar, te ouvir, te sentir, corria para ela.
Sempre encontrava consolo.
Não tenho você. Não tenho ela.
Parece que a levou consigo.
Longe. Está longe, mesmo tão perto.
Estou diante de você, mesmo fugindo tanto.
Continuo à sua espera. Nesse gostar profundo e silencioso.
Nesse segredo que só direi quando me perguntar.
Embora consiga ler no meu olhar, quando olhamos de maneira sutil e demorada um para o outro.
Enquanto não vem, preciso dela para suportar sua ausência.
Devolva-me a inspiração!

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