"Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, se não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine."
(I Coríntios 13.1)


domingo, 10 de janeiro de 2010

Outra vez

Os dentes estavam tricados. Eu fazia uma força imensa para não deixar ninguém notar. Não podia piscar, pois, qualquer pequeno movimento faria meu coração externar através de lágrimas uma dor que já não estava conseguindo suportar. Era um misto de raiva, mágoa e decepção. Não podiam falar comigo daquele jeito. Não era justo. Segurei, respirei e quando parecia ter passado, me dei conta de que outra vez você não estava ali. Procurei sua mão, mas nada encontrei. Olhei o celular e não havia ligação perdida, sequer uma mensagem.
Não conseguia entender como aquela situação imbecil pôde me abalar tanto, foi só mais um momento em que acreditei em pessoas que pareciam amigas, mas não eram. Na verdade, o que mais me incomodava era o fato de ver que outra vez eu estava sem você.
Entrei no carro e não pude me conter, as lágrimas rolaram. Ninguém me machucou mais do que você. Não queria pedidos de desculpas, não queria amigos para me consolar. Eu só queria sentir os seus braços me apertarem forte, como se pudessem me proteger do mundo. Eu só queria sentir sua respiração e ver seu olhar olhando pra mim.
Eu chorava muito e outra vez você não estava ali para enxugar minhas lágrimas.
Que tolice! Já devia estar acostumada, esse foi só mais um dia em que precisei de você e outra vez não estava.
Posso perdoar os idiotas que me incomodaram, posso acreditar em outras pessoas, posso me decepcionar de novo, nada é tão difícil que eu não possa tentar.
Poderei perdoar os dias em que passei sem você antes de te conhecer, mas não poderei perdoar sua omissão, não poderei perdoar sua covardia, não poderei perdoar o fato de outra vez te querer e não te ter, não perdoarei outra vez ficar sem você.

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