"Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, se não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine."
(I Coríntios 13.1)


domingo, 10 de janeiro de 2010

"To nem aí"

Rebelde, malcriada, grosseira! Pode mencionar o adjetivo que quiser, pouco me importo. Para falar a verdade, não estou "nem aí".
Não vou negar que algumas vezes sinto uma imensa saudade da minha infância. Como era bom deitar sem me preocupar com nada, acordar quando tinha vontade, sorrir e chorar sem ter que explicar o motivo de nada, desfrutar da mais real sinceridade que só uma criança consegue.
Por mais que eu tente me acostumar, não dá. Está cada vez mais difícil conviver com a hipocrisia das pessoas. Como alguém pode falar de verdade e viver fingindo ser o que não é?
É de embrulhar o estômago conviver com sorrisos falsos, receber abraços forçados, ganhar beijos de "Judas". Se não tem o que fazer, vá procurar alguém para encher e esqueça que existo!
Não entendo qual o real motivo que faz com que adule alguém que no fundo quer ver pelas costas.
Por muito tempo medi palavras, algumas vezes, ainda me pego caindo nesse mesmo erro. Sim, medir palavras é um grande equívoco, pois, ao tentar manter a "política da boa vizinhança", sem perceber, acabo praticando a mesma falsidade que tanto abomino.
A cada dia é preciso descobrir um novo jeito de se defender dos lobos que rodeiam essa terra de farsantes. As pessoas te cumprimentam, te elogiam, te convencem que são grandes amigos. Você é uma pessoa maravilhosa, até discordar de qualquer coisa. Na realidade, o que estão esperando é ver um pequeno deslize, qualquer coisa que possam usar para jogar na sua cara e vir dar lição de moral. Você acerta o tempo tempo, mas qualquer besteira é motivo.
Quer agradar? Seja um bonequinho que repete as palavras desses demagogos, exale o mesmo perfume azedo e viva sentindo o gosto amargo de falta de personalidade.
Não posso terminar sem mencionar a frase que melhor traduz a sociedade em que vivemos: "Oh! Que formosa aparência tem a falsidade!". É, parece que desde os tempos de Shakespeare já era preciso engolir sapos.

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