"Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, se não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine."
(I Coríntios 13.1)


quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Insano

A água quente caía na minha nuca,
escorria pelas costas, deslizando sobre a pele,
na tentativa de amenizar o frio da solidão.
O tremor involuntário deixava claro o meu lugar de refém.
Completamente presa à você.
Incapaz de lutar contra a vontade de tê-lo por perto.
Como um dependente em meio à uma crise de abstinência.
Imaginava-me envolvida em seus braços, segura.
Desejava sentir a sua mão percorrendo os meus cabelos,
enquanto me apertava contra o seu peito, levando-me para você.
Fazendo-me sentir totalmente protegida.
Estava só. Como nunca antes.
Precisava de você mais do que nunca.
Com os olhos fechados, já não era possível separar
a água que molhava meu rosto das lágrimas que rolavam copiosamente.
Da mesma forma como não mais consigo separar a razão e a emoção.
Contrariando tudo o que antes defendia. Insano.
Intensificando cada dia mais essa espécie de paixão.

Um comentário:

  1. Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço, porque o amor é forte como a morte, e duro como a sepultura o ciúme; as suas brasas são brasas de fogo, com veementes labaredas.

    As muitas águas não podem apagar este amor, nem os rios afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens de sua casa pelo amor, certamente o desprezariam.
    Cânticos 8:6-7

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