"Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, se não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine."
(I Coríntios 13.1)


sábado, 1 de maio de 2010

O Frio

Meia-noite. Estou com frio. O vento gelado que passa pela fresta da porta não é o maior incômodo. Não quero mais blusas, não serão eficientes esta noite. Só uma coisa seria capaz de mudar isso.
O telefone tocou, não era você. No fundo eu já sabia, mas por que não me iludir um pouco?
Sinto-me no meio de um vendaval. Dúvidas, receios, ansiedade, carência, paixão, desejo. Uma mistura de emoções que me confundem. Ações que me aproximam e me afastam simultâneamente.
É incrível como é bom quando estou perto de você. Chega a ser assustador. Um medo bom que não quero parar de sentir.
Precisava do seu abraço agora, do calor da sua pele.
Fecho os olhos e sou capaz de sentir sua mão acariciando meu rosto, enquanto a outra me leva para junto de você. Nos olhamos fixamente. Respiramos tão perto um do outro que já não há possibilidade de distinguir entre o meu fôlego e o seu. Há uma sintonia inexplicável. Nos comunicamos sem trocar uma única palavra. Os segundos que antecedem o beijo tão desejado parecem eternos e tornam o sabor ainda melhor.
Abro os olhos e o frio aumentou. Tudo não passou de um delírio. O pior é saber que não precisava ser assim. É tão difícil compreender que a minha coragem só espera uma atitude sua?
Quer tanto quanto eu. Você tenta esconder, mas quando olho para você... vejo que lê nos meus olhos a mesma coisa que leio nos seus.
Estou mais perto do que imagina. Não me deixe escorrer como água por entre seus dedos.

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