"Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, se não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine."
(I Coríntios 13.1)


segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A vontade

Gritar, o mais alto possível.
Abrir a boca e fazer com que todos saibam.
Desengasgar.
Não percebe que isso tudo já não cola mais?
Fingir, despistar, omitir...
Quem estamos tentando enganar?
Eles? Não!
Apenas nós continuamos nos enganando.
Seguimos com a farsa.
Negamos com as palavras.
Admitimos com os olhos.
Você sabe.
Do mesmo jeito que eu sei.
Consegue ouvir?
A vontade não se cala mais.
Talvez a razão ainda nos mantenha com os pés no chão.
A briga entre o querer e o dever.
E nós dois torcendo por alguns momentos de insanidade.
Para tornar realidade nossos devaneios.
A vontade há tanto sufocada, já não cabe mais dentro de nós.
O esconderijo ficou pequeno comparado à sua intensidade.
Mas a nossa capacidade de dissimular ainda tenta se manter intacta.
Quanto tempo mais?
O suficiente para passar e levar todas as chances.

Um comentário:

  1. Não, a última frase deveria conter um "?" Nunca se sabe, não é?

    Gostei do que li!!! ^^ Muito bom, Ri! :D

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